Não Tropece na Língua

Número: 000
Data: 08/11/2010
Título: Edição Extra: "COMO CHAMAR A NOVA PRESIDENTE DO BRASIL"

Dona Dilma Rousseff tem à sua disposição dois nomes para designar seu novo cargo: presidente e presidenta. E nada a impede de usar ora um, ora outro, dependendo do que lhe soar melhor.  Com o tempo, a preferência pode recair no substantivo válido para os dois gêneros: presidente, ou pode se tornar mais comum o uso da palavra com a desinência do feminino: presidenta.


Já em 2000 dizíamos na coluna Não Tropece na Língua 022 (com segunda edição em 2006):


“Neste caso específico, valem os dois termos: uma juíza pode ser a presidente ou a presidenta de um Tribunal, por exemplo. A primeira forma é de uso mais corrente, porém é bom saber que "presidenta" é uma variação possível, assim como há outros femininos (raros) em -nta: governanta, infanta, parenta, giganta...”


Devo acrescentar que o termo governante também pode ser usado para a mulher que administra a casa de outrem; no entanto, sempre se preferiu falar em governanta, pois a terminação em “a” deixa mais claro se tratar do feminino, principalmente em situações que não comportam o artigo “a”. Quanto a infante, era substantivo de dois gêneros no português arcaico, mas ao longo do tempo, com a troca da vogal temática para “a”, veio a se firmar um nome específico para as filhas dos reis de Espanha e Portugal ou para as mulheres dos infantes: infanta.


Pode-se afirmar, então, que é melhor usar “a presidente” ou “senhora presidente”, mas não será errado (como andam dizendo pela internet) falar em “presidenta do Brasil”.


Profa. Maria Tereza de Queiroz Piacentini
4.out.2010