Não Tropece na Língua
Número: 155
Data: 14/10/2020
Título: FALANDO DE NÚMEROS E NUMERAIS
--- Gostaria de saber como utilizar o algarismo romano, se precisa colocar por exemplo Capítulo XIIIº ou não precisa colocar o º e se está certo colocar o º apenas em numerais de 1 até 9, isso se falando de artigos ou capítulos. Marcia, Fortaleza/CE
Nos algarismos romanos não se usa ª ou º [“a” e “o” elevados] para indicar que se trata de numeral ordinal. Assim sendo, escreva: X Convenção, II Simpósio, Capítulo XVI.
Com os algarismos arábicos usam-se as tais vogais elevadas, ou sinais indicativos de ordinal [º ou ª], em qualquer número, não importa o tamanho do algarismo, desde que não se trate de linguagem jurídica: 1ª garagem, 2º andar, 10ª Convenção, 34º Encontro Estadual...
Na redação de leis só se usa ordinal até o 9º artigo, como é explicado na coluna Não Tropece na Língua 54.
--- Gostaria de saber como é a regra de concordância para números. Ex.: Um é pouco, dois é bom, três é demais. Os números 2 e 3 não deveriam ter os verbos concordando com o plural? Luis Cláudio, Rio de Janeiro/RJ
--- Duzentos livros são necessários/suficientes ou é necessário/suficiente? T., São José dos Campos/SP
Os numerais a partir de 2, com ou sem o acompanhamento de um substantivo e na função de sujeito da oração, levam o verbo para o plural:
Dois passaram, quatro ficaram na reserva.
Treze das trinta cabeças foram marcadas a ferro.
Apenas vinte (pessoas) estiveram na cerimônia.
Cinco presidiários fugiram, mas três foram recapturados.
Estás vendo a turma? Apenas dois são meus amigos.
Duzentos livros são necessários.
Disseram os jornais que dois milhões de pessoas estão subnutridas.
Cem talheres serão suficientes.
Há, porém, uma concordância especial para o verbo SER quando o sujeito indica preço, peso, porção, quantidade, medida. Neste caso o verbo passa a concordar com as expressões muito, pouco, o suficiente, o mínimo, demais etc., permanecendo então neutro, na terceira pessoa do singular:
Sete anos de noivado foi muito.
Dez metros de fita é pouquíssimo.
Cem reais é o suficiente.
Seis é o mínimo desejável.
Um é pouco, dois é bom, três é demais.